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Tome a pílula verde: Conheça 5 fotógrafas mundiais que dedicam sua obra ao meio ambiente

Atualizado: 10 de jul. de 2023

A fotografia como manifestação cultural e ambiental


por Malu Machado


Separamos para vocês 5 trabalhos incríveis de mulheres fotógrafas ao redor do mundo que fazem diferença no processo de pensar a nossa responsabilidade com o meio ambiente. Este artigo é a nossa homenagem ao Dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Espero que te inspire aí do outro lado. A arte tem o poder de transformação social, política e econômica de uma sociedade. Vamos conferir?



Dia Mundial do Meio Ambiente


Antes, vamos contextualizar essa data que não vou chamar de comemorativa, mais de reflexiva. O ano era 1972. A cidade, Estocolmo, capital da Suécia. Pela primeira vez a Conferência Mundial das Nações Unidas trazia à tona o tema da ecologia como pauta a ser discutida entre as lideranças políticas do nosso planeta. Foi na Conferência de Estocolmo que criaram o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e foi cunhado o dia 5 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente. De lá para cá, podemos dizer que tivemos avanços e muitos recuos no que tange à nossa responsabilidade com o planeta azul.





Responsabilidade ecológica


A Art Wall tem como um dos pilares de sua criação um comprometimento de respeito com o meio ambiente nas escolhas de seus modos de produção. Adotamos internamente a prática de compensação de carbono, com o ato simples de plantar uma árvore a cada quadro que vendemos. Embora o nosso empreendimento seja ainda pequeno, acreditamos que o gesto em si é bastante significativo. É a nossa parcela de responsabilidade com o planeta e com o que acreditamos. Além disso, sempre que podemos trazemos à tona o tema da consciência ecológica em nossos meios de divulgação.


Apresentamos aqui 5 fotógrafas mundialmente famosas que desenvolvem trabalhos que abordam a questão do meio ambiente e que fazem a diferença no pensamento artístico que provocam:




Mierle Ukeles


Por mais de cinquenta anos, a norte-americana Mierle Laderman Ukeles tem estado na vanguarda de repensar a relação do artista com o trabalho, o meio ambiente, o feminismo e o ativismo, questionando o papel do artista quando se trata de envolver o público. A tarefa de tornar visível o invisível tem sido fundamental para a prática de Ukeles. Ela se envolve com as ideias do mundo social e político e também interage diretamente com as pessoas e o trabalho físico envolvido.


Embora essa abordagem tenha sido originalmente enquadrada nos contextos do feminismo, do chamado “trabalho de mulher” e dos movimentos sociais e políticos da década de 1970, as ideias da arte de manutenção, como vieram a ser conhecidas, têm aplicações no cotidiano. Práticas de um trabalho criativo, empatia humana e meio ambiente.


Ukeles enxergava as tarefas domésticas e a maternidade como formas de trabalho de manutenção e buscava torná-las visíveis como práticas artísticas. Duas das primeiras obras da chamada “arte de manutenção” de Ukeles, ambas de 1973, incluíam a artista esfregando os degraus do Wadsworth Atheneum e a calçada em frente à AIR Gallery de Nova York. Esses atos artísticos de “lavar, limpar, cozinhar, renovar, apoiar, preservar” as etapas de um museu foram a primeira fase óbvia de uma progressão que a levou a explorar considerações de escala maior.


Em seu trabalho denominado Touch Sanitation (1979), ela explora os resíduos gerados pelos habitantes da cidade de Nova York. Uma preocupação central em todo o seu trabalho é a dos espaços urbanos e daqueles que os mantêm. Neste trabalho, ela fotografou-se apertando a mão de 8.500 catadores de lixo, ao mesmo tempo que agradece o empenho de todos em manter a cidade limpa.



Mandy Barker


Mandy Barker é uma artista fotográfica inglesa premiada internacionalmente cujo trabalho envolve detritos plásticos marinhos. Sua fotografia é visualmente surpreendente e cria conscientização sobre o impacto devastador dos resíduos plásticos nos ecossistemas marinhos.




Em sua série SOUP, Barker se juntou à cientistas na Ilha Lord Howe em abril de 2019, durante a curta janela de tempo em que os filhotes de pássaros marinhos deixam suas tocas e migram para o Mar do Japão para começar sua nova vida.


Em vez da migração natural, com os cientistas, Barker encontrou as aves morrendo na costa, incapazes de voar por causa do peso do plástico em seus estômagos. A Ilha Lord Howe é um local remoto deslumbrante situado entre a Austrália e a Nova Zelândia e lar de uma das maiores colônias de Cagarras Pé-de-Carne. O plástico no mar está sendo consumido pelas cagarras e seus filhotes, causando a morte dessa espécie.



A sua série LUNASEA representa a quantidade de plástico que afeta o ambiente único da Ilha Henderson, isolada no meio do Oceano Pacífico Sul.


A série representa fases da lua que passam de 8 'luas cheias' passando por 56 eclipses e terminando com 8 'luas novas' de coral. As luas são interrompidas por objetos plásticos individuais, como uma bota de patinação, uma garrafa, uma seringa ou um brinquedo, criando uma sombra e obscurecendo a luz, da mesma forma que a poluição plástica criou uma sombra sinistra sobre a ilha de Henderson.



Rachel Sussman


Rachel Sussman é uma artista contemporânea baseada no Brooklyn, EUA. Seu projeto de uma década, aclamado pela crítica, "The Oldest Living Things in the World" combina arte, ciência e filosofia em uma exposição itinerante e um livro best-seller do New York Times. Nele, ela documenta e fotografa organismos vivos extremamente antigos, destacando a importância da preservação da biodiversidade.


De 2004 a 2014, Sussman pesquisou, trabalhou com biólogos e viajou por todo o mundo para encontrar e fotografar organismos vivos continuamente com 2.000 anos de idade ou mais.


Sussman diz: "O projeto é parte arte e parte ciência. Há um componente ambiental. E também estou tentando criar um meio para sair da nossa experiência cotidiana do tempo e começar a considerar uma escala de tempo mais profunda. Escolhi 2.000 anos como minha idade mínima porque queria começar no que consideramos ser o ano zero e trabalhar de volta a partir daí”.



Rinko Kawauchi


Rinko Kawauchi natural da cidade de Shiga, Japão, tem sua arte enraizada no xintoísmo, a religião étnica japonesa. De acordo com o xintoísmo, todas as coisas na Terra têm um espírito, portanto, nenhum assunto é muito pequeno ou mundano para a obra de Kawauchi. Ela também fotografa "pequenos eventos vislumbrados de passagem", transmitindo uma sensação do transitório.





Kawauchi vê suas imagens como partes de séries que permitem ao espectador justapor imagens na imaginação, tornando a fotografia uma obra de arte e permitindo que um todo surja no final.



Joana Choumali


As cidades africanas tornam-se mundos de sonho restauradores através das obras poderosamente silenciosas desta artista da Costa do Marfim. "Há muitas formas de protestar. O meu é um jeito suave e silencioso", diz Joana Choumali. E embora isso possa ser assim, o trabalho desta fotógrafa não é menos impressionante e menos comovente.


Choumai está atualmente reimaginando conceitos artísticos da paisagem urbana africana, um ponto de cada vez. Como todos os protestos, é político e, no entanto, profundamente pessoal.



A partir de 2018 Choumali vem trabalhando a fotografia com a intervenção do bordado e se dedicando a fotografar de madrugada em várias cidades africanas, incluindo Acra, Casablanca e Dakar, além de Abidjan, sua terra natal. Para ela, o amanhecer é um tempo mágico em que há o sentido de um diálogo entre realidade e sonho, entre memória presente e passada.



Na língua Agni, a palavra alba'hian também é uma celebração da energia poderosa que vem com o início de um novo dia", explica. "Começo de manhã cedo entrando em contato com a terra ao meu redor, observando as paisagens, as formas de edifícios e objetos se revelando lentamente, as ruas e seu povo despertando."


Choumali descreve o complexo processo de bordado que se segue como uma espécie de "camadas", não apenas de materiais, mas memórias e sentimentos. "Em vez de usar o Photoshop, optei por trabalhar manualmente com tecidos, linhas e agulhas. Eu uso várias camadas de tecidos puros, entrelaçados e bordados junto com partes de imagens recortadas, colagens de fotografias e tinta dourada. As diferentes camadas simultaneamente velam e revelam os sentimentos que coexistem na minha imaginação."


Então, gostou? Conhecia alguma dessa fotógrafas? Este foi um pequeno recorte, existem vários trabalhos incríveis que celebram e conscientizam sobre a nossa relação com o meio ambiente. E se você está se perguntando se existe algum trabalho assim no Brasil, a resposta virá em outro post. Muitas fotógrafas brasileiras estão desenvolvendo estudos e produzindo arte com esta temática. Entre elas você pode incluir as artistas que temos aqui na Galeria da Art Wall.


Espero que você tenha gostado deste artigo e que, do seu jeito, na sua arte, você possa praticar a consciência ecológica entre as pessoas ao seu redor.


Um grande abraço e até a próxima!


Os artigos publicados neste blog expõem o pensamento de seus autores sobre um determinado tema de interesse público, sendo da responsabilidade de cada autor o conteúdo aqui veiculado.


Por Malu Machado | Art Wall


Eu sou Malu Machado, jornalista, fotógrafa e cofundadora da Art Wall. Aqui no Blog é o nosso espaço para falar com você sobre a arte da fotografia, decoração, paisagismo, ecologia, culinária e muito mais. Deixe o seu email para receber mais textos nossos.





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